Produtos que podemos consumir depois do prazo de validade
A semana passada foi dedicada a organizar a despensa e atualizar o inventário, felizmente não havia nenhum produto fora da validade, mas mesmo que houvesse não me fazia muita confusão porque sei que não é só a validade que indica que o produto está em condições de ser ou não consumido.
No entanto a questão das validades levou-me a um artigo que vi no outro dia, sobre os alimentos que podem ser consumidos depois do prazo de validade ainda bons para consumo, depois de fazer uma pesquisa encontrei quase meia dúzia com informações importantes.
Antes de mais, é importante distinguir duas expressões que normalmente se encontram nas embalagens dos produtos, "consumir de preferência antes de" e "consumir até":
O "consumir até" é a forma de impor uma data limite de consumo e aplica-se a produtos perecíveis, enquanto o "consumir de preferência antes de" significa a data de durabilidade mínima do produto.
Por desconhecimento destas expressões ou com receio de alguma intoxicação alimentar, muitas pessoas deitam produtos para o lixo que ainda estariam bons para consumir, de forma a combater o desperdício alimentar, a empresa Approved Food fez uma lista de alguns alimentos que podem ser consumidos depois do prazo de validade:
Pão: alimento muito consumido na dieta mediterrânica, é um desperdício deitá-lo fora. Quando está duro pode sempre ser aquecido no forno ou usado numas rabanadas, e desde que não tenha muito bolor pode sempre ser aproveitado. (Eu acrescento: pode ser congelado durante alguns meses, pode ser utilizado para fazer pão ralado, ou outros aproveitamentos, como pudim de pão, ou açorda).
Iogurte: depois da atingir a validade, pode durar mais seis semanas. Depois disso é possível ingerir a parte do iogurte que fica por baixo na embalagem. (Aconselho a verificarem se existe diferença na consistência ou sabor, já consumi no máximo com uma semana depois da validade).
Chocolate: este alimento proveniente do cacau, sofre diversas modificações até chegar a casa do cliente. Uma delas é a introdução de manteigas e açúcares que ajudam a preservá-lo, durante algum tempo depois de ultrapassada a data de validade.
Ovos: um bom teste para comprovar se esta fonte de proteínas está ou não boa para consumo é colocá-los numa bacia com água. Se o ovo flutuar significa que está a acumular bactérias e gases no interior, se afundar é porque está em óptimo estado para consumir. (A minha dica da semana passada).
Arroz: depois de meses, e até anos, este cereal continua ainda bom para consumo. (Acrescento a massa, desde que não tenha nenhuma indícios de bichos ou aspecto esquisito está boa, mesmo depois de passado o prazo de validade).
Batatas fritas: cerca de 10 tiras de batata frita caseira tem aproximadamente 171mg de sal, valor que aumenta significativamente quando são batatas embaladas. O sal ajuda na conservação do produto.
Ketchup: dura mais um ano após a data inscrita na embalagem, quando guardado num local seco e fresco. (e desde que não tenha sido aberto).
Frutas e vegetais: o senso comum pode ser aplicado também às frutas e vegetais. Se não está podre nem muito mole está bom para ser ingerido (apesar de ter um prazo de validade bastante mais curto, as frutas podem ser congeladas para serem usadas posteriormente e gelados ou batidos, e os legumes em sopas ou purés).
Outros produtos que podem ser consumidos depois do prazo de validade, segundo o consultor alimentar Hugo Vieira:
Conservas enlatadas: Apenas tem de manter este tipo de alimentos num local escuro e fresco. Pode guardá-los o dobro do tempo recomendado. (verificar sempre alterações de cheiro ou sabor ou empolamento das latas, nesse caso deitar fora).
Leite: Pode eventualmente ser consumido até alguns dias depois do prazo. Já no leite do dia a margem é menor e não convém ultrapassar o prazo indicado.
Alimentos congelados: Em geral podem ser conservados quase um ano a um ano e meio sem problemas, desde que sejam mantidos a menos de 18ºC, já que o frio impede o desenvolvimento de micro organismos. Em regra, quanto menos processado for o alimento mais tempo irá conservar-se sem alterações. Refeições prontas e gelados, por exemplo, têm mais elementos na composição o que os torna menos estáveis mas não perigosos. As gorduras poderão alterar-se e desenvolver-se algum sabor a ranço. Os alimentos congelados à saída da fábrica, sofrem uma congelação muito rápida que mantém os nutrientes intactos, e serão mais seguros do que os congelados em casa. Mas em qualquer caso, o elemento determinante é sempre a manutenção da cadeia de frio.
Farinha: Pode durar anos sem que se estrague. Poderá eventualmente haver alteração da propriedade das leveduras, o que faz com que se torne menos eficaz a levedar um bolo ou a fazer pão.
Leite em pó: Também dura bastante tempo desde que não apanhe humidade e esteja numa embalagem fechada. (acrescento achocolatados em pó
Café e chá: Duram anos, sobretudo se estiverem hermeticamente fechados. Como são confeccionados com água a ferver o perigo de contaminação também é menor. Se cheirarem a mofo, contudo, é preferível deitar fora.
Bolachas e tostas: Quando muito poderão ficar moles com o tempo, um sinal de migração de oxigénio para dentro da embalagem, mas em geral duram bastante tempo, especialmente se as embalagens não forem abertas (eu acrescento cereais, se forem simples também duram bastante tempo).
Carne fresca: Pode deixar passar um ou dois dias se mantiver a cadeia de frio intacta e não houver sinais de alteração. "No caso da carne picada não dê margem alguma. É que ao picar-se quebra-se a sua barreira biológica, o que facilita o desenvolvimento de bactérias e permite a proliferação de micro organismos". (penso que mesmo se aplica ao peixe, se forem congelados duram a validade aumenta para mais do dobro).
Produtos fumados: São mais estáveis porque a fumagem destrói grande parte dos microorganismos e o sal que contêm também actua como conservante. Se vieram embalados em vácuo conservam-se bastante tempo e podem ser consumidos eventualmente algumas semanas depois do prazo sem risco.
Segundo a minha experiência existem ainda outro produtos que duram bastante após o prazo de validade:
Frutos secos e leguminosas, se forem bem condicionados e não tiverem cheiro esquisito ou bicho estão bons para consumo.
Massa folhada, queijo ralado ou fatiado e produtos de charcutaria, desde que sejam congelados dentro do prazo de validade, duram alguns meses no congelador.
Especiairias e temperos, desde que bem condicionados e não apresentem cheiro nem consistência diferente.
Açúcar e sal, duram imensos anos, penso que nem referem prazo de validade.
Outras dicas importantes:
Se mora sozinho ou caso um determinado produto não tenha consumo alto pela família, opte por embalagens menores. Assim evita-se o desperdício.
Alguns alimentos, como queijo ralado, salsicha e milho em conserva, não devem ser mantidos na sua embalagem original. Para sua melhor conservação, o ideal é transferir o alimento para uma taça limpa com tampa. Neste caso, não esqueça de anotar o prazo de validade na taça.
Consumir alimentos fora do prazo de validade deve ser a excepção e não a regra, mas nem sempre o lixo terá de ser o destino final de um produto que pode estar em perfeitas condições, apesar de expirado. Em todo o caso, para consumi-lo em segurança há factos que convém saber:
Por regra, quanto mais reduzido é um prazo e mais específica a sua data de validade, menos margem haverá para o consumir depois.
Em geral, quanto mais água e gordura tiver na sua composição, mais rapidamente um alimento se irá deteriorar e menos flexibilidade haverá no seu consumo para além do prazo.
Qualquer embalagem que esteja empolada deve ser rejeitada já que este ‘inchaço' é um provável indício da existência de dióxido de carbono no interior, uma reacção que se dá quando há proliferação de microorganismos.
Mesmo dentro do prazo, um alimento pode deteriorar-se rapidamente se for sujeito a uma manipulação ou conservação deficientes (calor ou contaminação).
Fontes:
http://www.ionline.pt/artigos/mais/comida-6-alimentos-pode-comer-depois-prazo-validade
http://www.proteste.org.br/alimentacao/nc/noticia/cuidado-com-a-validade-dos-alimentos